Michael Carus, CEO do nova-Institute, explora o papel do carbono renovável como solução para substituir o carbono fóssil e promover embalagens sustentáveis.
Michael Carus, CEO do nova-Institute, destacou o potencial transformador do carbono renovável para a indústria de embalagens durante uma entrevista na European Bioplastics Conference 2024. Ele enfatizou que a substituição de carbono fóssil por fontes renováveis é essencial para alcançar uma economia circular, reduzir a pegada de carbono e mitigar as mudanças climáticas.
O conceito de carbono renovável, conforme explicado por Carus, abrange fontes de carbono que evitam ou substituem o uso de carbono fóssil extraído da geosfera. Isso inclui:
- Biomassa: Fontes como resíduos agrícolas e florestais, que representam carbono proveniente da biosfera.
- CO2 Capturado: Carbono extraído da atmosfera, que pode ser utilizado como matéria-prima na produção de plásticos e químicos.
- Materiais Reciclados: Carbono obtido da reutilização de resíduos plásticos e outros materiais, contribuindo para a redução do desperdício.
Integrar essas fontes renováveis na produção de embalagens permite uma redução significativa da pegada de carbono da indústria. "O carbono renovável é o caminho para uma economia circular verdadeira," afirmou Carus. Ele destacou que, ao eliminar a dependência de carbono fóssil, a indústria pode não apenas se alinhar com as metas climáticas globais, mas também atender à crescente demanda por soluções sustentáveis por parte dos consumidores.
O nova-Institute, sediado na Alemanha, tem sido um líder global na promoção do uso de carbono renovável, fornecendo pesquisas e consultoria para indústrias químicas e de materiais. Por meio da Renewable Carbon Initiative (RCI), o instituto busca acelerar a substituição de carbono fóssil por alternativas sustentáveis em todos os produtos químicos e materiais orgânicos. A RCI já conta com a adesão de mais de 30 empresas de renome global.
Durante a entrevista, Carus também abordou os desafios enfrentados pela indústria de embalagens ao adotar materiais baseados em carbono renovável. Entre os obstáculos estão:
- Regulamentações: A falta de políticas consistentes e claras que incentivem o uso de materiais renováveis.
- Custo: Apesar de sua crescente acessibilidade, materiais de base biológica e reciclados ainda podem ser mais caros que suas contrapartes fósseis.
- Infraestrutura: A necessidade de investimentos em tecnologias e instalações para processar e utilizar materiais renováveis de forma eficaz.
Carus ressaltou que uma colaboração mais estreita entre os setores público e privado é fundamental para superar esses desafios. "Políticas favoráveis e investimentos conjuntos em pesquisa e infraestrutura são essenciais para transformar a cadeia de valor do carbono," explicou.
Além disso, ele destacou casos de sucesso na utilização de carbono renovável em embalagens. Empresas estão inovando com bioplásticos baseados em resíduos agrícolas e reciclando CO2 para criar materiais de alta performance. Essas iniciativas não apenas reduzem as emissões, mas também criam novas oportunidades de mercado, agregando valor à economia circular.
A entrevista completa com Michael Carus está disponível no site da Packaging Insights. Ela oferece insights detalhados sobre como o carbono renovável pode moldar o futuro das embalagens, ajudando a indústria a adotar práticas mais sustentáveis e a atender às demandas de consumidores e reguladores.
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