Investigadores em Málaga desenvolveram um bioplástico a partir de celulose, oferecendo uma alternativa biodegradável para embalagens de alimentos de plástico que prolonga a vida útil do produto.
Investigadores do Instituto de Horticultura Subtropical e Mediterrânea La Mayora (IHSM, UMA-CSIC) em Algarrobo desenvolveram um novo bioplástico feito a partir de celulose, com o objetivo de criar embalagens sustentáveis para alimentos. Este material, derivado de uma mistura de celulose comercial e glicerol, oferece vantagens importantes como biodegradabilidade, repelência à água e capacidade de preservação prolongada de alimentos. Em testes, produtos como biscoitos permaneceram frescos por até uma semana, superando significativamente as embalagens convencionais feitas de papel.
A equipe de pesquisa está focada em criar uma alternativa ecológica ao plástico, visando transparência, elasticidade e resistência. Ao contrário dos plásticos tradicionais, o bioplástico à base de celulose se degrada naturalmente em ambientes como a água do mar, tornando-o altamente adequado para reduzir a poluição ambiental. Este desenvolvimento faz parte do movimento mais amplo de substituir plásticos feitos a partir de combustíveis fósseis por opções sustentáveis que também estejam alinhadas com os objetivos da economia circular.
Um dos principais desafios enfrentados pela equipe é aprimorar a resistência à água do bioplástico, já que a celulose sozinha tem limitações em reter líquidos e vedar adequadamente. No entanto, os pesquisadores estão otimistas quanto ao potencial do material. Eles também estão experimentando a incorporação de resíduos agrícolas, como restos de processamento de batata e tomate, o que poderia fortalecer ainda mais as credenciais ambientais da embalagem.
Atualmente na fase experimental, este bioplástico tem o potencial de revolucionar a embalagem de vários produtos alimentícios, desde itens de padaria até fast food. Os pesquisadores estão focados em escalar a produção deste material, com a esperança de torná-lo comercialmente viável. Eles imaginam que este bioplástico à base de celulose substituirá filmes plásticos tradicionais usados para embrulhar pão, bolos e outros produtos, oferecendo uma solução biodegradável e eficiente para a indústria alimentícia.
Com crescentes preocupações com a poluição plástica, a introdução de bioplásticos que desempenham bem enquanto minimizam o impacto ambiental é vista como um passo crucial para frente. Os pesquisadores do IHSM fazem parte de um esforço global para encontrar alternativas aos plásticos de uso único, que são prejudiciais aos ecossistemas e difíceis de reciclar. Ao colaborar com parceiros da indústria e conduzir avaliações do ciclo de vida, eles visam garantir que os benefícios ambientais do bioplástico superem os custos de produção e distribuição.
A equipe também está analisando como este novo bioplástico pode ser integrado às cadeias de suprimentos de embalagens existentes sem grandes interrupções. Se bem-sucedido, o material poderia ajudar os produtores de alimentos a reduzir sua pegada plástica enquanto mantêm a segurança alimentar e a vida útil dos produtos. O desenvolvimento de alternativas biodegradáveis como este bioplástico de celulose pode desempenhar um papel fundamental na realização dos objetivos globais de sustentabilidade, especialmente na redução da dependência de recursos não renováveis e na minimização de resíduos.
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