Explore os desafios de embalagem, esforços de sustentabilidade e impacto do consumidor ao adotar soluções ecológicas e livres de plástico.
Do greenwashing à sustentabilidade, a embalagem tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos, mas seu papel continua fundamental em cada venda. A embalagem é o primeiro encontro do consumidor nas prateleiras de um varejista. Como aponta Sajid Manzoor, fundador da Imperial Food Packing, "a embalagem deve atrair os consumidores e transmitir confiança na qualidade do produto."
Criar embalagens que envolvam os consumidores visual, auditiva e tátilmente é uma tarefa complexa, fundamental para a essência dos alimentos de qualidade. Não apenas reflete os valores da marca; ela impulsiona produtos premium das prateleiras, independentemente de seu preço.
No entanto, a indústria enfrenta numerosos novos obstáculos, com a sustentabilidade na vanguarda das preocupações com a embalagem. Como os varejistas podem oferecer produtos de alta qualidade que beneficiem tanto os consumidores quanto o planeta?
O Dilema da Sustentabilidade
A indústria alimentícia depende muito do plástico, desde produtos embalados até garrafas de bebidas e embalagens de lanches. Sian Sutherland, co-fundadora da A Plastic Planet, observa: "O plástico domina a embalagem devido à sua baixa custo, subsidiado pela colossal indústria do petróleo."
Quase cinco milhões de toneladas de plástico são utilizadas anualmente no Reino Unido, sendo quase metade para embalagens. Alarmantemente, as embalagens de plástico constituem quase 70% dos resíduos plásticos. O plástico não se decompõe e pode persistir por séculos, poluindo a terra e os corpos d'água. Portanto, o setor de alimentos e bebidas se esforça por alternativas sustentáveis.
Para combater a inundação de plástico, o governo do Reino Unido introduziu o Imposto sobre Embalagens de Plástico (PPT) em abril de 2022. Este imposto incentiva as empresas a se alinharem com metas ambientais globais. Rob Janering, sócio de IVA da Crowe, explica: "O PPT tem como objetivo induzir mudanças comportamentais, incentivando o uso reduzido de plástico na embalagem."
Além disso, legislações como a Responsabilidade Ampliada do Produtor (EPR) visam transferir os custos ambientais associados ao ciclo de vida de um produto dos consumidores para os produtores. No entanto, sua implementação foi adiada até 2024, decepcionando grupos ambientais.
Apesar do atraso, a EPR seguirá em frente, desafiando os fabricantes de embalagens a inovar em soluções sustentáveis. Sajid enfatiza: "A jornada para a Neutralidade de Carbono exige um impacto ambiental mínimo na embalagem. Nossos clientes buscam cadeias de suprimentos acessíveis e seguras que atendam a garantias de origem orgânica ou similares."
Perspectivas Futuras
A indústria de embalagens está repleta de alternativas ecológicas ao plástico. Sian defende: "Embalagens à base de plantas e fibras apresentam possibilidades empolgantes. O filme à base de proteína vegetal da Xampla, por exemplo, oferece uma alternativa plástica totalmente degradável sem a necessidade de infraestrutura de resíduos. Materiais como algas, borracha, cortiça e micélio estão disponíveis hoje e precisam de colaboração com grandes marcas para uma adoção acelerada."
Sajid enfatiza a necessidade de flexibilidade da marca em um cenário de varejo em constante mudança. "Os consumidores agora exigem soluções ambientalmente amigáveis e acessíveis em espaços de varejo híbridos."
Uma dessas marcas, a Blue Goose Coffee, foi fundada para combater embalagens prejudiciais ao meio ambiente. O co-fundador Lex Thornely afirma: "Lançamos com embalagens à base de plantas e livres de plástico, evitando o alumínio devido ao seu impacto ambiental. A conscientização global aumentada sobre resíduos plásticos fortaleceu nosso compromisso com alternativas de cápsulas sem plástico."
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