O novo esquema de EPR para embalagens do Reino Unido começa a faturar os produtores, levantando preocupações sobre impactos não intencionais em setores como embalagens de vidro e metal. Especialistas apelam a verificações rigorosas dos dados e a uma adaptação precoce.
Faturação em Curso: O Início de uma Nova Era
De acordo com a PackUK, os produtores começarão a receber avisos de responsabilidade este mês. Estes serão baseados num cálculo de taxa fixa: dividindo os custos nacionais de gestão de resíduos pelo volume total de embalagens colocadas no mercado. As empresas terão até 50 dias para pagar a sua fatura, seja na totalidade ou através de prestações trimestrais.
O governo espera que as autoridades locais comecem a beneficiar das receitas geradas através destes pagamentos até novembro de 2025. Embora as taxas base finais para o primeiro ano sejam inferiores às inicialmente previstas, surgem preocupações sobre a forma como estas taxas são calculadas e o seu impacto mais amplo.
Preocupações Sobre Disparidades Setoriais
Uma das principais críticas é que a estrutura atual de taxa fixa não diferencia com base na reciclabilidade do material. Isto resulta em encargos mais elevados para produtores que utilizam materiais de embalagem mais pesados, como garrafas de vidro e latas de metal, apesar de serem mais recicláveis do que muitos plásticos.
Eluned Watson, especialista ambiental e regulatória no escritório de advocacia Pinsent Masons, destacou esta questão. "Embora esta seja uma iniciativa ambiciosa que pode avançar significativamente os objetivos de sustentabilidade, os efeitos secundários do esquema precisam de uma gestão cuidadosa", afirmou. "Certas indústrias — especialmente fabricantes de embalagens de vidro, metal e o setor da hotelaria — podem ser penalizadas injustamente."
Watson aconselhou ainda os produtores a reverem prontamente as suas declarações de taxas assim que as receberem para garantir a precisão dos dados usados nos cálculos. Quaisquer discrepâncias podem levar a responsabilidades financeiras ou problemas de conformidade no futuro.
Taxas Moduladas a Chegar no 2.º Ano
Enquanto o primeiro ano do esquema utiliza uma abordagem de taxa fixa, o 2.º ano introduzirá um sistema de taxas moduladas. Este sistema é desenhado para incentivar o design sustentável de embalagens impondo taxas mais elevadas a materiais de embalagem menos recicláveis. Espera-se que isto oriente os produtores para o uso de materiais e formatos mais sustentáveis e circulares.
Esta mudança poderá responder a algumas das preocupações levantadas pelos intervenientes da indústria, particularmente no que diz respeito à justiça e penalizações específicas por material. No entanto, as empresas são instadas a começar a adaptar as suas estratégias de embalagem desde já para se prepararem para as mudanças futuras.
Equilibrar a Reforma e o Impacto
Existe um amplo apoio aos objetivos ambientais da iniciativa pEPR, especialmente no que toca à internalização dos custos de gestão de resíduos e ao incentivo à sustentabilidade das embalagens. Mas, à medida que a implementação começa, é claro que é necessária uma calibração cuidadosa para evitar desequilíbrios económicos e desvantagens setoriais não intencionais.
Para muitas empresas, especialmente PME e indústrias dependentes de materiais de embalagem mais pesados, a primeira ronda de taxas pode ser um choque. No entanto, com a introdução de taxas moduladas e maior transparência ao longo do tempo, o esquema poderá tornar-se uma pedra angular da transformação sustentável das embalagens no Reino Unido.
Os produtores são aconselhados a manter-se informados, auditar os seus dados de embalagem e começar a transitar para materiais mais recicláveis para mitigar custos futuros no âmbito do panorama pEPR em evolução.
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